Ministério Público diz que vai investigar Concurso Público de Patos, mas afasta possibilidade de anular o mesmo

 
Vazamento de provas em redes sociais, atraso na entrega de envelope contendo a prova e conteúdos que não estavam previstos no edital são algumas das denúncias que estão sendo feitas pelos candidatos inscritos no concurso da Prefeitura Municipal de Patos, cujas provas foram aplicadas no último domingo. De acordo com a representante do Ministério Público em Patos, promotora Carmem Perazzo, as denúncias ainda serão apuradas mas, até então, nenhuma justifica a anulação do certame.

Para o professor de Matemática Maurílio Nóbrega, o concurso contou com uma série de erros que comprometem o candidato. "Nas provas do Ensino Fundamental, eram dez questões de Matemática, onde cinco delas não estavam dentro do conteúdo programático", conta. Segundo ele, outro fato que chamou a atenção foi que embora os candidatos não pudessem levar o caderno de provas para casa, horas após o término da aplicação, as questões já circulavam pela internet. "Como é que alguém já colocou uma foto no Whatsapp, se ninguém tinha levado o caderno para casa? Ou tiraram a foto durante a prova, ou antes dela ter início", comenta.

O enfermeiro Ailton do Nascimento também aponta possíveis irregularidades no concurso em relação ao conteúdo que foi cobrado. "Eu sou acostumado a realizar concurso público. Já passei em nove concursos e nunca vi algo assim. Primeiro, era só um fiscal em sala de aula. Quando ele abriu o pacote de provas, perguntou quem era de qual especialidade da enfermagem e pediu para que a gente levantasse a mão, como se as provas fossem diferentes, mas não eram. E caíram assuntos sobre os quais eu não me detive, que não eram da minha especialidade", alega. Segundo ele, outro problema apresentado no concurso é que só havia detectores de metais nos banheiros.

De acordo com a representante do Ministério Público em Patos, a promotora Carmem Perazzo, as denúncias serão apuradas, assim como, segundo ela, foram apuradas as demais, realizadas antes da aplicação da prova e que resultaram em retificações no edital. "Tudo que nós achamos que iria causar prejuízo ao candidato, nós fizemos com que fosse alterado no edital. Nós iremos apurar todas as denúncias mas, até então, não consigo visualizar nada que cause a anulação do certame. A única coisa que me chamou a atenção foi o possível vazamento da prova. Iremos investigar e requerer a exclusão do candidato que fez isso", afirma.

O concurso oferece 469 vagas distribuídas em todos os níveis de escolaridade. Os salários vão de R$ 724,00 a R$ 4.771,86. O certame conta com as seguintes fases: para os cargos de nível superior, prova escrita, de caráter eliminatório e classificatório, e prova de títulos, de caráter classificatório. Já para os cargos de guarda municipal, serão realizadas a prova escrita, de caráter eliminatório e classificatório, exame psicológico, de caráter eliminatório e prova de aptidão física, de caráter eliminatório. Por último, para os demais cargos de ensino fundamental, médio e técnico, haverá apenas a prova escrita, de caráter eliminatório e classificatório.

Matéria do Jornal da Paraíba 

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