Funcionário da CPI dos Alvarás, em São Paulo, teria recebido propin

Imagens obtidas pelo Jornal Nacional trazem um funcionário da CPI dos Alvarás da Câmara Municipal de São Paulo recebendo o que seria propina de um comerciante. O Ministério Público investiga o caso.
Imagens mostram o momento em que o engenheiro Roberto Torres, que trabalhava na CPI dos Alvarás, chega ao restaurante. Uma hora e meia depois, ele aparece no caixa e recebe um envelope. O comerciante disse ao Ministério Público que ali dentro havia R$ 5 mil - parte do pagamento de uma propina de R$ 20 mil.
                                         
Para os promotores, as imagens reforçam as suspeitas de que funcionários da CPI - criada para fiscalizar a segurança do comércio em São Paulo -  montaram um esquema para extorquir dinheiro de comerciantes.
“Apontavam supostas irregularidades, deixavam uma pseudo notificação e depois pediam o valor para que não houvesse processo e que as supostas irregularidades não fossem levadas ao conhecimento da CPI”, diz promotor Joel Carlos Moreira da Silveira.
Em depoimento ao Ministério Público, o comerciante disse que os dois funcionários da CPI chegaram a exigir R$ 60 mil para poupá-lo da fiscalização. Depois de negociar com os dois, o comerciante conseguiu reduzir o valor da propina para R$ 20 mil, que foram pagos em 4 parcelas.
As investigações do Ministério Público começaram há três semanas, depois que uma reportagem do Fantástico mostrou o engenheiro Roberto Torres e o assessor parlamentar Antônio Pedace negociando com outro comerciante.
Pedace era funcionário do vereador Eduardo Tuma, do PSDB, que foi presidente da CPI dos Alvarás.
O engenheiro Torres também é investigado pela prefeitura por ter um patrimônio incompatível com a renda. Ele ganha R$ 4 mil por mês e tem 31 imóveis, entre eles, essa mansão com 23 quartos em Aguaí, no interior do estado.
Torres não quis falar. O advogado Davi Gebara afirma que o engenheiro é inocente: “Eu vou demonstrar os fatos para vocês da imprensa, do Judiciário e do Ministério Público.”
O vereador Eduardo Tuma afirmou que, assim que soube das denúncias, afastou o assessor. O advogado de Pedace disse que ele é inocente.
tópicos:

Comentários