Deputado Hugo Motta concede entrevista à RCTV e diz que ex-tesoureiro do PT mentiu

O deputado federal Hugo Motta (PMDB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras na Câmara dos Deputados, foi o convidado desta segunda-feira (20), do programa Rede Debate, da RCTV (emissora por assinatura do Sistema Correio de Comunicação), onde conversou com os jornalistas Heron Cid, Lena Guimarães e Wellington Farias sobre as atividades no Congresso Nacional.

O deputado disse que tem feito o possível para tocar adiante a “difícil tarefa” de presidir a CPI. Segundo ele a comissão ouvirá os envolvidos em escândalos que são operadores de partidos, representantes de empreiteiras e depois chegará à classe política. Motta disse que o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) já depôs porque foi à comissão de maneira espontânea e que os requerimentos para convocações dos personagens necessários às investigações já estão em pauta, necessitando de deliberação do plenário.

“Não tenho compromisso de proteger a quem quer que seja”, disse o deputado.

Sobre questionamentos relacionados ao avanço das investigações da CPI, o presidente rebateu críticas e citou exemplos. Ele disse que, se a CPI não avançou, foi porque o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, chegou com “permissão para mentir”, porque o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, não falou nada, dentre outros aspectos. “A CPI tem cumprido o papel dela”, afirmou, dizendo também que não vai admitir declarações do relator Luiz Sérgio (PT-RJ) que contestem os serviços da comissão.

Hugo Motta disse que o maior desafio da CPI é “ter um relatório que venha a condizer com o que a sociedade espera, com punições aos que saquearam a Petrobras”. Ele ainda declarou que, “como brasileiro”, acredita que o desafio que está como pano de fundo é a recuperação da Petrobras.

O deputado ainda listou ações itinerantes da comissão, que irá a Curitiba, onde se reunirá com o Juiz Federal Sérgio Moro, onde também será tratada uma visita ao presídio onde estão detidos alguns investigados. Membros da comissão também irão à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a refinarias que são alvo de investigações sobre desvios e a Londres, onde se encontrarão com Jonathan David Taylor, ex-diretor da empresa Holandesa SBM Offshore, que é investigada pelo pagamento de propina para fazer negócios com a Petrobras.

Sobre o PMDB, legenda da qual Motta faz parte, foram tratadas questões sobre a reforma política e fiscal apoiada pelo partido e sobre a relação com o governo federal.

“O vice-presidente da República Michel Temer melhorará interlocução com o governo”, declarou. Seguindo os posicionamentos do PMDB, Hugo Motta disse que para que as reformas ocorram, o “governo tem que cortar na própria carne e mostrar que está disposto a colaborar com os reajustes da economia”.

Sobre o clamor das ruas nos últimos protestos, que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff, o deputado disse que um processo de impeachment só poderia ser aberto caso existissem fatos jurídicos concretos. Caso surjam, ele disse que não tem dúvidas de que o episódio seja tratado na Câmara Federal que, segundo ele, tem autonomia para isso.
Por Gustavo Medeiros/Portal Correio  

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